Qual mulher não se imaginou vestida em um uniforme de aeromoça passeando por vários aeroportos mundo afora? Símbolo de elegância, a profissão de comissária de bordo não é tão simples e glamorosa quanto se imagina. A boa notícia é que o mercado está em alta no Brasil, principalmente pela chegada da companhia Azul e pela entrada da Emirates na rota brasileira.
“A Azul e a TAM vão contratar vários candidatos no próximo semestre. Este ano, a oferta é muito boa e os salários giram em torno de dois mil a três mil reais por mês para vôos nacionais”, garante Celso Batista de Andrade, instrutor da Escola Técnica Congonhas.
Ao saber disso, a jornalista Roberta Dantas, 30 anos, decidiu apostar na profissão. Em busca de um emprego que garanta mais estabilidade, ela está prestes a concluir o curso de formação de comissária de vôo. Durante quatro meses, ela passou por aulas teóricas, que incluíram regras de etiqueta, direito trabalhista, saúde e higiene. “Até aprendemos a fazer um parto”, comenta.
Combate a incêndios, primeiros-socorros e sobrevivência na selva e mar está entre as disciplinas práticas. “Passamos um final de semana no litoral de SP. No sábado, caminhamos no mangue, aprendemos a identificar animais e insetos, tirar água do bambu, além de saber o que serve de alimento, como bromélias e frutos. Foi uma experiência e tanto”, explica.
No dia seguinte, o grupo aprendeu a nadar com o colete salva-vidas, além de salvar pessoas que por acaso estão sem o colete, tarefas que exigiram muita resistência física. Na etapa final, as futuras comissárias fazem um teste teórico e só podem se candidatar a uma vaga se passarem na difícil prova da ANAC.
“Quando são contratadas pelas companhias, as profissionais passam por outros treinamentos de primeiros-socorros, combate a incêndios, além de um curso específico para aeronave que vão trabalhar, desde a cozinha até os equipamentos”, acrescenta a instrutor.
Comissária há 13 anos, Valery Schiff, diz que o mercado já mudou bastante desde que ela começou. A chegada de novas companhias exigiu ainda mais dos profissionais “apesar do serviço a bordo ter caído”, revela.
Apaixonada pelo que faz, ela acredita que não vale apenas ter boa postura e aparência. “Durante a carreira é necessário aperfeiçoar o idioma e até aprender novas línguas”. Requisitos para quem quer entrar na profissão? “Muita paciência, cordialidade e jogo de cintura. Quem tem gênio forte não pode entrar nessa”.
Fonte : vilamulher.terra.com.br